Entre a estada e a partida – um filme.

Assisti ontem, o filme Le Nom des Gens. Já fazia tempo que estava namorando este filme e me dei de presente uma noite de filme com pain au chocolat e um suquinho de laranja pra refrescar. Fiquei pensando se é um costume francês comer vendo filme? Só dava eu e meu barulhinho abrindo o pacotinho em câmera lenta, tentando não chamar muito a atenção. Imaginem se estivesse comendo pipoca então...crock crok crok (hehehe).

Antes de mais nada quero dizer que existem filmes que é melhor assistir sozinha, mas este em especial, valia uma companhia para discussão depois....

A história do filme se resume em duas palavras: Política e Romance. Eu diria que a personagem principal é irresistível. Tem uma leveza e fascínio que nos prende..

Bahia é adepta ao baba cool, um movimento hippie, onde os adeptos rejeitam os valores tradicionais e a sociedade consumista em geral. Ela dorme com os homens de direita para tentar fazer com que eles mudem de opinião.

O que mais me tocou no filme é que ele é cheio de questões cruciais de identidade, pré-conceitos, VALORES. É um filme que faz a gente pensar e se questionar. O  entusiasmo da personagem com a vida é fascinante.

Em fim, revigorante – no sentido de fazer com que a gente dê vida aos nossos ideais e força para lutar por eles. Recomendo.

LE CHOIX

Tenho visto que quanto mais me aprofundo em certos temas, mais me vejo ingenua perante a vida.

Hoje acordei cedo, antes mesmo do relógio piar. Olhei para o lado e senti o perfume ainda fresco do bem amado, que já saiu para trabalhar. Veio uma sensação boa de plenitude e paz .

Nem mesmo antes de descer as escadas do nosso cantinho os pensamentos e indagações começaram a borbulhar...

Tenho lido muito sobre a cultura Árabe, sobre a mulher árabe e tudo que possa me trazer informações que saciem a curiosidade. É de impressionar como as mulheres vivem por lá. Ao meu ver, as privações são quase que infinitas.

Ao mesmo tempo, tenho me aproximado do campo filosófico. Preciso entender mais sobre o ser humano em geral para poder me livrar dos pré-conceitos e de uma visão deturpada.

Essa mistura de aprendizado tem despertado muitas indagações e me feito refletir sobre as escolhas que fazemos. A cada minuto sofremos a ESCOLHA de uma decisão. Cada instante a mais de vida é uma decisão a mais a ser tomada. Estamos sempre escolhendo.

Espero poder deixar acesa a luz da escolha quando me encontrar nas Arabias. Espero poder lembrar que temos o poder da escolha. Podemos escolher ver a diversidade dos povos como alguma coisa que vai de encontro com nossos conceitos. Ou experimentar sensações novas, vivenciar as angustias, alegrias, mistérios e sabedorias diferentes.

Mas, como diz uma querida amiga, lembrar que tudo não passa de um experiência.

Escolher enxergar o SER-HUMANO, ao se perder em conceitos e pré-conceitos.

Escolher  o caminho do encontro. O divino encontro das almas que vagam aqui, aí, lá e nas Arábias...

Que esta luz da escolha fique sempre acesa =)

Le livre et la partage

Logo depois de decidirmos que iriamos para Arabia Saudita, comecei a pesquisar mais sobre este novo e misterioso universo. Pouco encontrei sobre textos de saudis e muito menos sobre alguma opinião feminina. É realmente difícil se deparar com algum relato de uma mulher expressando sua opinião, ou contando alguma coisa sobre sua vida, seu dia-a-dia.

Em uma destas buscas, achei um livro maravilhoso. Tenho chamado do livro da luz. É o relato de uma fransesa que morou em Ri* y.a d  por 2 anos. Ela foi para lá em 2003, como acompanhante de seu marido. Em seu livro, ela relata histórias sobre seu cotidiano, fala da dificuldade de se inserir em uma sociedade fechada e conta também um pouco mais a fundo sobe as restrições das mulheres. Este tem sido meu companheiro de todas as noites. Sinto como se não estivesse sozinha. É como se estivesse viajando na companhia de uma grande amiga que me conta todas as curiosidades e dúvidas que tenho.

Isso me faz lembrar um conceito de vida que estava um pouco adormecido. Estamos aqui para o que se não compartilhar?! De nada adianta fazer descobertas sozinha. De nada serve um movimento, se esta busca  não for partilhada. É essencial divagar com o OUTRO. Dividir nossos anseios, vitórias, verdades, ISSO É VIVER! 

ABAYA

Uma das condições para viver na Arabia Saudita é a abaya e ponto final.

Confesso que quando fiquei sabendo que para sair do compound eu deveria colocar aquele robe todo preto, fiquei um pouco chocada. Pensava que somente as mulheres saudis precisassem seguir esta restrição religiosa.

Para minha surpresa tinha mais um detalhe que tornava tudo ainda mais sombrio. Eu descobri que é necessário cobrir a cabeça também. É extremamente difícil me imaginar neste imenso robe preto, aonde praticamente só meus olhos ficaram de fora. Imagino que deve ser como usar óculos escuros gigantes, aonde ninguém pode te ver e muito menos imaginar o que esta ali dentro.

Isto aqui o que é ?

ôOô musiquinha boa sô.......
(só para nao esquecer que agora é carnaval no meu Brasil)

Eu venho de um país conhecido pela dupla inconfundível:  futebol&carnaval.

País do samba, DA CACHAÇA, das mulatas. Ahhhh meu Brasil todo colorido de viver.

Aonde as mulheres tem os mesmos direitos que os homens, aonde a escolha do que vestir, do que dizer, de onde ir, esta embutida no cotidiano da gente como uma forma natural de viver.

Fico pensando em toda essa liberdade de expressão e me dá uma vontade de sair sambando com a cuica...

Tento pensar em um ser livre e é tao natural lembrar do Brasil.

Penso de novo em um ser livre e tento imaginar um ser nao tao livre assim...É duro saber que em breve essa coisa toda livre e solta nao vai voar tao alto.

Acho mesmo que minhas explicaçoes sobre o que verei não serão muito exatas. Já que não falo árabe e muito do que vou ver e escutar estará na língua local. Tem também todas as restriçoes de linguagem e comunicacao. Além das infinitas diversidades culturais...

MAS, Isto aqui o que é ?

Nao se preocupe agora. É carnaval meu rei ! Amanha a gente vê o que que ah, o que é que foi...

La Grande Aventure

Estou prestes a encarrar uma das maiores aventuras de minha vida! A primeira vez que escutei o nome RIYADH, não consegui localizar no meu mapa mental. Na hora pensei nos clichés: camelos-deserto-cactos- pessoas com sede, tendo visões nas infinitas dunas de areia... Não tinha certeza se fazia parte dos Emirados Arabes, se estava perto do Egito, ou do Marrocos. Só o que me viam na cabeça eram imagens exóticas de um mundo novo, do qual para mim tudo era novidade.

O objetivo deste blog não poderia ser o de traçar um panorama completo sobre a história da Arabia Saudita, tampouco dissertar longos textos sobre  política e/ou religiao. Não sou escritora nem jornalista e apesar de ser a favor, também nao faço parte de nenhum grupo de militantes das causas femininas. Meu intuito é contar as experiências que eu terei sobre meus olhos. As impressões dos olhos grandes de uma brasileira que esta prestes a vivenciar um choque cultural. Porque nao dizer um dos maiores contrastes culturais: BrasilXArabia Saudita.

Je suis près de vivre la grande aventure de ma vie. La première fois que j'ai entendu le nom Riad, je n'ai pas localisé cette ville sur ma carte mentale. A cet instant, j'ai pensé à tous les clichés: les chameaux, le desert, le gens qui sont plein milieu du désert et rêve d'eau. Je n'etais pas sûre si Riad fasait partie des Emirats Arabies était près du Marrocos ou de L'Egypte. J'ai pensé à beaucoup d'images exotiques d'un monde nouveau, où tout est different. L'objective de ce blog n'est pas de faire un panorama complet sûr L'Arabie, ni de donner des explications sûr l'histoire politique et religieuse.
Je ne suis pas une femme ècrivain, je ne suis pas journaliste, ni militante de causes des femmes. Mon intention est de raconter les experiences qui vont se dérouler sous mes yeux. Une brésilienne qui sür le point de l'experience d'un choc culturel. Pourquoi ne pas dire un immense contraste culturel: Brèsil et L' Arabie Sauodite.