segunda-feira, 4 de junho de 2012

Tradição exótica do Oriente Médio: Corrida de camelos


Você já ouviu falar em Corridas de camelos? Ontem eu assisti pela primeira vez uma corrida de camelos, que foi transmitida por uma emissora local. A corrida aconteceu em Abu-dhabi, no famoso Al Dhafra Camel Festival, que ocorre uma vez por ano. Em geral camelos e/ou dromedários, são utilizados como um meio de transporte e são criados para fornecer sua carne, leite e peles. Mas, a corrida de camelos é tão antiga quanto a sua própria história. Aqui na Península Arábica, o habitat natural do dromedário, ela é conhecida até pelo menos o período pré-islâmico. Embora tradicionalmente ofuscada pela corrida de cavalos, já que a região é também o lar do cavalo árabe, a corrida de camelos foi um esporte muito popular praticado pela população local em reuniões sociais e festas.



Abu-dhabi-camel-festival

O festival, que inclui participantes de toda a região do Golfo, inclui um concurso de beleza de camelos, uma exposição de artesanato dos Emirados Árabes Unidos e outras actividades destinadas a promover o folclore do país.
Esta tradição de competição totalmente improvisada e informal, continuou na Arábia e em outras regiões, até as três últimas décadas do século 20, quando a população começou a organizar as corridas de camelos e foi então que ela se tornou um esporte formal e com regras, semelhante ao estabelecido para a corrida de cavalos puro-sangue. Organizações foram estabelecidas para governar e controlar os eventos de corridas de camelos e formular normas e regulamentos. Em países diversos como Quênia, Sudão, Egito, Índia e Austrália, mas particularmente nos países árabes do Oriente Médio, o esporte tornou-se extremamente popular.

Camelos são agora especialmente criados para a pista, usando métodos cuidadosamente controlados de reprodução, nutrição, treinamento e até mesmo Inseminação artificial. Nos Emirados Árabes Unidos, que é o centro das corridas de camelo no Oriente Médio, métodos de treino são sofisticados, os animais trabalham em esteiras e em piscinas próprias. O governo local incentiva programas de melhoramento e fornece subsídios para os proprietários e criadores de camelos. Um camelo de corrida bem-educado com um excelente histórico pode ser vendido por um preço bem elevado.

sábado, 12 de maio de 2012

Madai'n Salih


Madai’n Salih (Al-Hijr) remonta à civilização nabateu, é considerado como um dos locais arqueológicos mais importantes na Arábia SauditaO sítio arqueológico foi proclamado pela UNESCO como Patrimônio Mundial em 2008. Seus monumentos e sua história instigam nossa curiosidade e sem dúvida fazem dela um local especial.
Saímos de Riyadh em uma quarta-feira, às 6 da manhã para encarar uma jornada de 10 horas no carro até Al Ula, que é a cidade mais próxima de Madai’n Salih e também aonde tínhamos reservado nosso hotel.
A primeira vez que tentamos conhecer Madai’n Salih foi a duas semanas atrás e infelizmente não deu certo, pois não sabíamos que era necessário obter uma autorização do governo para entrar no sítio arqueológico.
Eramos em quarto pessoas e apenas um carro e isso não me deixou muito confortável no começo, já que sabia que se acontecesse algum imprevisto não podíamos contar com outro veículo para nos rebocar ou nos dar qualquer tipo de assistência.
Para encarar este percurso de 10 horas de viagem, precisamos nos munir de bebida e comida, já que a estrada não conta com praticamente  assistência alguma. Não existem muitos postos de combustível durante o percurso e muito menos qualquer tipo de mercadinho para que possamos nos abastecer de agua e alguma coisa para comer. A sinalização também é muito precária, acredito que se não tivéssemos no carro um amigo que fala árabe, não conseguiríamos chegar tão fácil.
Depois de 7 horas de viagem fomos parados por uma blits. Os policiais pediram nossos iqamas e nos informaram que por sermos estrangeiros precisaríamos de uma escolta, já que não era seguro seguirmos sozinhos a partir dali. Nao sabíamos se era realmente necessário, mas nao estávamos em tempo de questionar nada. Daqui até nosso hotel são aproximadamente 400 km. Estamos dentro do carro aguardando uma resposta sobre nossa possível escolta. Já se passaram quase que 30 minutos e nosso amigo ainda esta conversando com os policiais. Parece que esta tentando negociar alguma coisa.
Nos sabíamos que em 2007 um grupo de franceses tinha sido assassinado naquela região. De lá para cá a prevenção em relação a segurança tinha se tornado uma questão primordial. A gente não sabia exatamente o que tinha acontecido com esse grupo, pode ser que eles tenham acampado em uma região inadequada ou pode ser que eles estivessem em uma área permitida. O que importa é que esse acontecimento veio a tona naquele momento e o medo de nos acontecer alguma coisa também.

Depois de termos ficado parados quase que 40 minutos, nosso amigo nos deu a notícia de que já tinham um carro para nos acompanhar durante o resto da viagem.Dali para frente ouve o revezamento dos carros policiais. Difícil era encontrar um carro que mantesse uma velocidade constante. Hora era muito rápido, hora devagar demais. Estou certa de que eles não devem estar mto habituados a fazer isso. 

Al-Ula é uma cidade pacata, lembra uma cidadezinha de interior com poucos habitantes. Não existe muito comércio e somente casas não muito grandes, fazem parte do cenário. O clima é moderado em comparação a Riyadh e o céu estava incrivelmente azul. O que também foi uma grande surpresa já que o céu na Arábia Saudita em grande parte do tempo é amarelado.
Como chegamos no meio de uma quarta-feira, que é a vespera do final de semana, imaginamos que iríamos encontrar um certo movimento na cidade, mas para nossa surpresa vimos pouquíssimas pessoas circulando e o hotel parecia ser nosso.
Por sua vez o hotel é ótimo, limpo, espaçoso, tem uma pequena área verde e conta com wifi free. O restaurante é mediano e felizmente fomos atendidos por um garcon muito atencioso. O que nos deu um grande prazer, já que não é sempre que o serviço é bom por aqui.
Apesar de não ser tarde da noite, estávamos muito cansados então resolvemos que iríamos ceiar e dar uma breve volta pela cidade em busca do museu. O que foi realmente difícil de encontrar e logo voltamos para o hotel.
Acordamos cedo e tomamos o café da manhã rapidamente, já que queríamos evitar de nos expor as altas temperaturas. O café é servido a partir das 7h30, acabamos por sair do hotel por volta das 8h. Do nosso hotel até Madai’n Salih levamos cerca de 20 minutos e já no caminho podíamos avistar a grandiosidade das rochas enfeitando a paisagem.
Assim que chegamos no sitio arqueológico paramos o carro para entregar as nossas permissões para entrar. É possível entrar de carro e não existe taxa alguma para pagar. Assim que entramos um carro policial veio nos escoltando por um bom pedaço do percurso.
Eu não tinha idéia de como tudo aquilo era bonito e gigante! Acredito que não dê para conhecer tudo em um dia. A paisagem é árida e cercada por enormes rochas de cor vermelho-amarelada.
Madai'n Salih eh sem duvida um lugar especial, não eh a toa  que eh conhecida como a Petra da Arabia Saudita. Inclusive foi o mesmo reinado que construiu Petra que construiu Madai'n Salih.
As diferentes formas e tamanhos das rochas nos fazem se perder pelo horizonte. Muitas das rochas tinham pequenas portas e algumas até janelinhas. Os espaços dentro não eram muito grandes, mas podíamos imaginar vida ali dentro. Tinham pequenas tiras escavadas para dentro da parede, se fazia como um espaço para colocar coisas acredito eu...
Mais tarde fiquei sabendo que as rochas eram Esculpidas de acordo com a posição política da família e situação econômica na comunidade. Dentro da fachada grande este pequeno hall e buracos era onde eles enterraram o cadáver e colocavam as coisas significativas para os mortos.
Se você conhece Petra, na Jordânia, pode dizer que este é um lugar semelhante, pois ambos já foram habitados pelos Nabetaeans antes de serem condenados. Além dos túmulos interessantes e esculturas são as pedras enigmáticas em diferentes formas, formas e cores que faz a viagem valer a pena.
Muitas das portas tem esculturas em forma de leões, sol, e outras imagens que infelizmente foram destruídas pelo povo anos mais tarde. Eles acreditavam que ter esculturas como estas era uma forma de culto aos deuses e isso não fazia parte das leis da religião.
 Então praticamente todas as cabeças das esculturas foram destruídas... 
Madai'n Salih foi uma grande experiência, é sem duvida o lugar mais especial que conheci aqui na Arabia Saudita. 

sábado, 31 de março de 2012

Back Home

Depois de um mês de férias no Brasil não é nada fácil voltar a rotina (e que rotina) em um país tão restrito como este. Arabia Saudita e Brasil são universos opostos que se colocarmos lado-a-lado, acho que não chegaremos nunca a um senso comum.
Meus olhos aprenderam a enxergar as diferentes tonalidades de verde no Brasil. Eu posso jurar que nunca vi as cores com tanta nitidez como nessas férias. É impressionante como a gente fica atenta e re-descobre coisas quando já não temos mais elas fazendo parte do nosso dia-a-dia.
Dai vc volta para Riyadh e o quadro é todo amarelado. Não existem nuvens, verdes e tão pouco o azul. Você já desaprendeu a olhar esta paisagem. Parece que tem uma leve lembrança do que é isso aqui, mas a estranheza sisma em não desaparecer.
Desce do aeroporto e avista o primeiro véu preto, como quem diz WELCOME to Saudi Arabia! Você já não lembrava que as cores aqui são limitadas. Mulheres de preto e homens de branco. É preto no branco e branco no preto e ponto.
Em um curto periodo de tempo, vc esqueceu dessa realidade.
Vc passa pela alfandega e avista de longe seu amado e sequer pode abraça-lo, tão pouco beijá-lo. Nessa hora o corpo da gente fica gelado e a gente se dá conta que voltou.
Você esta de volta a um lugar que o contato físico é limitado e as emoções são contidas dentro do corpo.
A sensação da chegada fica grudada nos lábios que não podem fazer nada se não calar.
Eu queria ter pulado no pescoço dele e ter dito o tamanho da minha saudade, mas não pude.
Queria ter falado alto com as pessoas ao meu redor, para que elas percebessem que estou de volta. Mas tudo isso passou. A emoção ficou travada, junto com todas aquelas caras estranhas na chegada.
A fila para entrar no país é enorme, todo mundo fica enfileirado esperando a boa vontade dos policiais em ver, rever e ver de novo os documentos de entrada e o passaporte.
Geralmente a fila é dividida em duas ou 3 partes: os trabalhadores (que se resumem em indianos, paquistaneses e philipinos), os sauditas e por fim os poucos executivos de empresas, que podem se misturar a qualquer uma das filas.
Durante este tempo de fila e aprovações vc pode organizar sua cabeça para encarar a estrada para chegar em casa. O trânsito é sempre caótico. São carros e mais carros passeando a velocidades altíssimas como se sempre estivesse alguém para morrer dentro do veículo. Eu também já tinha esquecido essa parte quando voltei.

Mas de que adianta filosofar tanto sobre 2 realidades distintas se você ainda nem conseguiu desfazer as malas das férias?
Essa coisa de ir e vir o tempo todo deixa a gente meio doida. Outro dia sai daqui de casa achando que  podia mesmo ir até a padaria mais próxima comprar um pãozinho francês. Mas que bobagem...ainda bem que parei em frente aos degraus da entrada da frente e lá fiquei uns 10 minutos imóvel, tentando entender como o ser humano é um bicho tolo de memória curta.
Não que seja impossível você ir a uma padaria aqui nas ' Arabias', mas é pouco provável que vc encontre alguém caminhando pelas ruas áridas de Riyadh em busca de um pãozinho.Um porque ninguém sai de casa sem carro, e mesmo que pudesse vc não poderia fazer isso. Ou vc esqueceu que aqui as mulheres AINDA não podem dirigir?!
Nossa...oque as férias não fazem com a memória de uma pessoa.É...acho que vou levar uns dias para me adaptar novamente.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

MY NAME IS...

Manal Al Dowayan é conhecida mundialmente como uma artista de personalidade que trata sobre temas cruciais que muitas vezes são obstáculos sociais em seu país de origem.
De acordo com a reportagem do Arab News, a artista originária da província oriental, tem projetos que vão desde a fotografia, à instalação e escultura.
Seu mais recente projeto, "My Name Is", trata sobre uma silenciosa norma cultural: a idéia de que dizer o nome de uma mulher em voz alta é ofensivo.

"Se eu entrar em qualquer escola de meninos na Arábia Saudita e perguntar a um dos estudantes: 'Qual é seu nome" Ele iria responder à pergunta com confiança. Se eu perguntar: 'Qual é o nome do seu pai "Ele voltaria a responder com facilidade. No entanto, se perguntar: "Qual é o nome da sua mãe?" Ele hesitaria e ficaria nervoso e provavelmente irá decidir não me dar uma resposta, em uma tentativa de ocultar o nome de sua mãe aos seus colegas de escola".
Essa é a base do projeto do AlDowayan. Por causa do contágio comunitário desta cultura não dita, Al Dowayan pensou em uma prática participativa.

O processo de trabalho se tornou tão valioso quanto o resultado final. Foi executado em três oficinas no mês de dezembro, em Alkhobar, Riad e Jeddah, AlDowayan se reuniu com mais de 300 mulheres que escreveram seus nomes nas esferas de uma grande bola, que em última análise compõem a peça. As mulheres incluídas no projeto são mulheres de carreira, cientistas premiadas, artistas, mães e avós.
"As meninas recém-nascida tiveram seus nomes escritos por seus pais", disse Al Dowayan Arab News. "Havia uma sensação de euforia e alegria entre as mulheres participantes a serem capazes de ter uma voz sobre o assunto e ter uma reunião de muitas mulheres que estão em total acordo. Foi uma experiência que muitas mulheres na Arábia Saudita, incluindo eu mesmo, nunca tivemos."

Neste sentido de unidade, as mulheres criaram uma declaração: "Nossos nomes serão preservados e não vamos permitir que o nome da mulher saudita seja apagado, substituído, nem se torne uma fonte de vergonha."

Ao trazer esses 300 nomes para o público, AlDowayan apresentou um projeto multi-camadas que traz o papel da mulher na sociedade em conjunto. Ela traz à tona o forte senso de comunidade e ética, de trabalho das mulheres na Arábia Saudita. E elas variam, desde a cidade das mulheres que se voluntariaram para as oficinas.
"Eu faço uma chamada para o apoio e mulheres doam seu tempo e energia para me ajudar.
Não é de admirar que as mulheres da Arábia Saudita são minha fonte de inspiração ", diz ela.

No passado, os projetos Al Dowayan permitiu expressar outras preocupações relativas ao seu próprio papel como mulher na Arábia Saudita. Em 2009, ela criou uma série de retratos especificamente abordando temas como emprego, condução e voto. O objetivo era "realçar que as mulheres sauditas não são cidadãos secundários e podem participar ativamente na construção de sua sociedade e tomar decisões", ressalta ela. No ano passado, Al Dowayan experimentou com seu projeto de levar primeiro participativo intitulado "Suspenso Juntos", que refletiu sobre a questão da viagem e do movimento de mulheres sauditas. Foi exibido na Bienal de Veneza de 2011 como parte da exposição pan-árabe, "O Futuro de uma promessa."

"My Name Is" será exibido na borda do primeiroSaudita, grand, exposição baseado em casa. Intitulado"We Need to Talk", a exposição será aberta no AlJeddah é Furusia Marina em 19 de janeiro. Al Dowayanprojeto irá em seguida, viajar de forma independente para várias cidades.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Facebook revela mais sobre a mulher Saudita

De acordo com a reportagem do Arabia News, os perfis do Facebook revelam a obsessão das mulheres jovens para postar fotos de partes do corpo.

Em sites de redes sociais como o facebook, você encontra fotos de apenas algumas partes do corpo que são exibidos, tais como os pés, apenas o corpo ou até mesmo unhas, mas sem revelar sua identidade.
"Isso revela o desejo da mulher para se libertar de restrições sociais e expressar-se e em sites de relacionamento são as mais fáceis plataformas para alcançar este objectivo ", disse a jornalista.

O número de sauditas no Facebook é estimado em 2,3milhões dos 5 milhões no Golfo. De acordo com os números, 29% dos usuários de Internet visitam o Facebook e mulheres com menos de 25 anos são responsáveis ​​por 48% de todos os usuários da Internet no Reino.

A maioria das mulheres em sites de redes sociais usam nomes falsos. Ao exibir partes de seu corpo as mulheres devem alcançar algum tipo de gratificação ou liberação de suas emoções, enquanto o anonimato lhes garante imunidade de censura social ou desagrado dos pais ", disse Amal Al-Saleh, um graduado da universidade. Ele acrescentou que muitas mulheres preferem apresentar imagens cantoras semelhante.

A maioria dos maridos e parentes manifestaram em alguns programas de televisão o seu desagrado a esta prática das jovens mulheres.
Em produções de televisão por Kazi Al-Gharam, muitos maridos fazem protesto contra esta pratica.

"Homens e mulheres jovens estão agora reféns de BlackBerrys ou outros dispositivos de comunicação móvel que pode registrar todos os detalhes de sua vida privada e pública sem a menor idéia do perigo que estes registros podem representar para eles", disse o estudante de pós-graduação da universidade, Reem Al-Amri.

"A geração mais jovem não tem idéia da linha entre o que se pode compartilhar e não pode compartilhar com outras pessoas. Os jovens devem estar cientes e protegidos das consequências indesejáveis ​​sociais resultantes da inocentemente compartilhar detalhes de sua vida pessoal em dispositivos eletrônicos ", disse o professor of Electronics Abdullah Al-Waleedi .

Ele acrescenta que as plataformas de redes sociais devem ser utilizados apenas para trocar idéias e não para compartilhar informações sobre hobbies e nunca para compartilhamento os segredos pessoais com estranhos.